segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009






D. Ximenes Belo



Carlos Filipe Ximenes Belo nasceu a 3 de Fevereiro de 1948 em Vialacama, uma aldeia em Vemasse, Baucau, Timor-Leste.

Foi mandado para escolas missionárias em Baucau e Ossu, completando o seminário menor de Dare, em 1973.


Em 1968, partiu para Lisboa para frequentar o liceu salesiano do Estoril.


Regressou a Díli em 1974, para ensinar no Colégio Salesiano de Fatumaca e a Lisboa em 1976, para estudar teologia , durante três anos, na Universidade Católica.

Seguidamente foi enviado para Roma, onde prosseguiu os seus estudos eclesiásticos.


De regresso a Portugal, em 1980, foi ordenado padre.


Um ano depois, volta a Timor, onde é nomeado director do Colégio de Fatumaca e desenvolve uma capacidade de se relacionar com os jovens.


Os seus laços com a juventude do país forneceram-lhe a base para uma verdadeira ligação com aqueles que hoje desempenham um papel histórico para Timor.


Em 1983, o Papa João Paulo II nomeou-o administrador da Diocese de Díli e em 1988 foi ordenado bispo.



Surpreendeu muita gente ao desenvolver uma personalidade dócil e jovial, tendo em conta a sua posição e um talento para as línguas (domina o tetun, português, inglês, italiano, bahasa indonésia e está a aprender outras).


Também possui experiência na administração eclesiástica, uma paixão por teologia, música clássica e futebol.

Com o tempo, tornou-se a única voz timorense insistentemente apelando para a paz e a liberdade. Tem a coragem de condenar publicamente a crueldade e o abuso das forças armadas, a guerra psicológica e as constantes violações dos direitos humanos.

Por ocasião do Massacre de Santa Cruz (12 de Novembro de 1991) deu abrigo a mais de 250 pessoas, que tinham fugido, e acompanhou muitas delas até casa, quando se pensava que seria seguro. No entanto, um grande número nunca mais foi visto desde esse dia fatídico.


Através das suas políticas administrativas, encorajou muitos esforços para desenvolver a tradição e cultura timorenses, contra as políticas de absorção da Indonésia.


O bispo tem de suportar a vigilância diária da polícia secreta, que observa todos os seus movimentos.


Os seus telefones estão sob escuta, o fax controlado, as visitas são observadas de perto. Em 1989 e 1991, foi alvo de tentativas de homicídio.


Os indonésios têm pressionado o Vaticano no sentido do seu afastamento.


Mas D. Ximenes persiste nos seus esforços corajosos para defender a justiça, a paz e a preservação da dignidade do seu povo e prossegue a tentativa de fomentar o diálogo com Jacarta, com vista à salvaguarda dos interesses dos timorenses.


Permanece como um dos símbolos da resistência e grande aliado dos timorenses contra a ocupação indonésia.



Em 1996, recebeu, juntamente com Ramos-Horta, o Prémio Nobel da Paz, pela sua defesa dos direitos do povo maubere.


Este prémio trouxe novas esperanças à questão dos direitos humanos e da autodeterminação dos timorenses.


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